O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) manteve o status fitossanitário de Goiás como Área sem Ocorrência para o Cancro Cítrico (Xanthomonas citri subsp citri), com exceção dos municípios de Cachoeira Dourada, Inaciolândia, Itajá, Jataí e Lagoa Santa.
A medida é estabelecida pela Portaria Federal nº 730/2022, que entra em vigor a partir de 1º de fevereiro deste ano.
De acordo com o dispositivo legal, o Mapa também revalida o reconhecimento, no estado, da Área Sob Erradicação do Cancro Cítrico nos municípios de Itajá, Jataí e Lagoa Santa. E ainda reconhece a Área Sob Sistema de Mitigação de Risco nos municípios de Cachoeira Dourada e Inaciolândia.
Em Goiás, a citricultura ocupa área de 10.289 hectares, com 512 propriedades comerciais cadastradas no Sistema de Defesa Agropecuária de Goiás (Sidago).
Cuidados fitossanitários
O presidente José Essado enfatiza que a Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) intensifica todos os anos as ações de prevenção e vigilância. O trabalho inclui monitoramento das áreas produtivas de citros, adoção de medidas de erradicação da doença, implantação do processo de mitigação de risco e principalmente coibindo o comércio ambulante de mudas.
A Agrodefesa também realiza o Levantamento Fitossanitário Anual do Cancro Cítrico e HLB (Huanglongbing), por recomendação do Mapa.
Para a gerente de Sanidade Vegetal, Daniela Rézio e Silva, em 2022, o Levantamento Fitossanitário foi abrangente, com coleta de material em 58 propriedades espalhadas em 41 municípios produtores de citros, localizados em áreas de 11 Unidades Regionais da Agrodefesa.
A ação exigiu o trabalho de 61 fiscais estaduais agropecuários. O resultado está no Relatório Anual enviado ao Mapa com as informações que deram base para a edição da Portaria n° 730, de 28 de dezembro de 2022.
Riscos e prejuízos
O cancro cítrico é uma ameaça à citricultura, com potencial para causar grandes prejuízos aos produtores e à economia. A prevalência de casos em municípios goianos pode ter origem na aquisição de mudas sem prévia autorização da Agrodefesa.
Possivelmente adquiridas de viveiros clandestinos e de vendedores ambulantes, que ofertam materiais propagativos de procedência duvidosa, sem registro legal do Mapa e sem inspeção fitossanitária da Agência, trazidos quase sempre de São Paulo e Minas Gerais.
Outra fonte possível de introdução da praga em Goiás, se deve ao trânsito entre Unidades da Federação. A praga se encontra amplamente infestada, sem os devidos cuidados de higienização das caixas e veículos. E também em como o trânsito dos frutos contendo folhas contaminadas, sem o correto acondicionamento da carga.
A Agrodefesa mantém vigilância permanente com o objetivo de combater essas práticas e evitar a disseminação do cancro cítrico para lavouras comerciais do estado.
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