A Secretaria de Estado da Cultura (Secult) concluiu a transferência do painel de Frei Confaloni intitulado “Energia elétrica: a origem, a invenção e o usufruto”, que estava no antigo prédio da Celg, no Setor Oeste, nesta sexta-feira (18/08).
A obra já está sendo instalada no Centro Cultural Oscar Niemeyer, onde passará por serviços de restauração. A iniciativa é uma parceria entre o Estado e os atuais proprietários do edifício.
O processo de remoção do afresco teve início na segunda-feira (14/08), e durante toda a semana foram feitas várias etapas para que fosse retirado com segurança, sem nenhum dano a obra.
Os serviços foram divididos em: faceamento e proteção do painel, embalagem in loco (cobertura por véus de proteção e espumas), depois o corte e içamento dos blocos, e na sequência, o transporte e instalação no centro cultural.
Frei Confaloni
A secretária de Estado da Cultura, Yara Nunes explica que a principal preocupação foi garantir que o afresco fosse transferido para seu novo local com todos os cuidados necessários de modo a não criar mais danos ao painel.
“Essa é uma obra expressiva e nossa prioridade é dar andamento nos trâmites para que esse painel seja tombado após o restauro, garantindo assim a preservação e apreciação desse rico patrimônio aos goianos”.
O restaurador, Wagner Matias, que coordena os trabalhos, ressalta que é uma ação cuidadosa e necessária, de remoção, transporte e guarda do painel em local seguro, para que à obra seja restaurada, preservada e exposta de maneira permanente ou itinerante para o público.
“Após o transporte e a instalação das peças para o serviço de restauro, o ateliê será aberto para a visitação do público que quiser acompanhar as etapas do processo de restauração”, diz o coordenador.
Além da segurança, o local escolhido para acolher a obra é no subsolo e não terá influência das condições climáticas, como sol, vento e chuva. Os serviços serão pagos pelos proprietários do edifício e devem ficar em torno de R$ 500 mil.
Já a Secult e o Conselho Estadual de Cultura serão os responsáveis pela fiscalização de todo o processo, cuja expectativa é que seja finalizado no primeiro semestre de 2024.
Monumento
O painel de Frei Confaloni intitulado “Energia elétrica: a origem, a invenção e o usufruto” retrata o caminho da energia, desde o rio até chegar na casa dos cidadãos.
A obra de arte, que ficava na entrada do prédio original da Celg, na Avenida Anhanguera, foi uma encomenda do Governo de Goiás ao artista italiano para ilustrar o trabalho da Central Elétrica de Energia. Foi pintado em 1961, logo após a construção do edifício.
O afresco, contudo, foi vandalizado e coberto de tinta. Com a privatização da Celg, o prédio foi vendido a iniciativa privada e era locado pelo Estado, servindo como sede para a antiga Seduce (Secretaria de Estado da Educação e Cultura) até 2018.
Como o prédio já não mais pertence ao Estado, coube a Secult apenas os trâmites referentes ao tombamento, sendo que a conservação do imóvel é um dever dos proprietários.
O artista
Giuseppe Confaloni foi pintor, muralista, desenhista e professor, nascido em Viterbo, na Itália, em 1917. Em 1950, ele chega à cidade de Goiás (antiga Vila Boa) para pintar 15 afrescos na Igreja do Rosário, denominados Mistérios de Rosário.
Depois, vai para Goiânia e se torna um dos pioneiros do modernismo em Goiás. Foi também um dos três fundadores da extinta Escola Goiana de Belas Artes, juntamente com Luís Augusto Curado e Henning Gustav Ritter e posteriormente um dos fundadores da Escola de Arquitetura da Universidade Católica de Goiás.
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