A Polícia Civil de Goiás finalizou e encaminhou ao Poder Judiciário o inquérito policial que investigou um duplo feminicídio ocorrido no dia 27 de setembro, em Edeia, indiciando o autor por homicídio qualificado. As mortes foram por motivo torpe, meio cruel, expediente que dificultou a defesa das vítimas.
A investigação esclareceu que os feminicídios tiveram como motivação o fato da atual companheira do autor ter descoberto que ele estaria enviando mensagens para a mulher com quem ele mantivera união estável há alguns anos.
Feminicídio
A atual companheira então pediu uma amiga para mandar mensagens à ex-mulher dele para ter certeza da situação. A ex encaminhou prints, comprovando que o homem a estava procurando. Com isso, a atual companheira pediu para que ele fosse à residência tirar suas coisas.
Inconformado com o anúncio da separação, ele apossou-se de uma arma do tipo espada, de fabricação artesanal que possuía há alguns anos, e declarou à mulher que iria até o serviço da ex para matá-la.
A atual companheira tentou impedir, empurrando-o e, como resposta, ele desferiu um golpe com a espada na cabeça da mulher, ferindo-a gravemente e, depois a atingindo novamente com a arma branca por pelo menos 13 vezes, em diferentes partes do corpo, conforme laudo cadavérico.
Em seguida, seguiu de bicicleta à loja onde a ex-mulher trabalhava. Ao chegar na loja de variedades domésticas, o homem entrou abruptamente no local e, de forma repentina, surpreendeu a vítima enquanto ela atendia uma cliente, impedindo qualquer chance de defesa.
Após abordá-la, a golpeou por diversas vezes e em diversas parte do corpo causando múltiplas lesões, atingindo cabeça, pescoço, tórax, abdome, antebraço esquerdo e mãos, além de laceração do diafragma, pulmão, estômago, fígado, intestino grosso e várias lesões vasculares.
Imaginando ter ceifado a vida dela, saiu do estabelecimento e deixou a arma na entrada do local. Durante a fuga, o indiciado foi abordado por populares, oportunidade em que se rendeu e foi encaminhado à Delegacia de Polícia de Edeia onde recebeu voz de prisão e foi autuado em flagrante. Ele teve a prisão convertida em preventiva na audiência de custódia.
A investigação verificou que, durante a relação que manteve com a ex-mulher, por cerca de quatro anos, a ameaçava e agredia fisicamente. Todavia, mesmo vítima de violência doméstica, ela nunca procurou as autoridades a fim de registrar os fatos, o que reforça a necessidade de que mulheres vítima procurem amparo policial e proteção nos termos da Lei Maria da Penha.
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