O acompanhamento médico eficiente após a alta hospitalar, por meio de telemonitoramento, tem contribuído para a recuperação de bebês prematuros de alto risco que passam pelo Hospital Estadual da Mulher (Hemu), em Goiânia.
O trabalho inédito no estado é realizado pela Secretaria da Saúde (SES) e apresenta como resultado positivo o baixo índice de reinternação.
Em uma primeira experiência, iniciada em 2021, a equipe do Centro Estadual de Orientações e Informações em Saúde (Cori) acompanhou 205 recém-nascidos que tiveram alta de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e de Unidade de Cuidado Intermediário (UCIN) no Hemu.
Com as ligações telefônicas, o hospital monitora alterações fisiológicas e a evolução de tratamentos até que a criança atinja 2,5 quilos. Nesse grupo, apenas 3,9% dos pacientes tiveram de ser internados novamente.
Do total de bebês monitorados, 35 são de Goiânia, 169 do interior e um do Distrito Federal. Com o acompanhamento dos médicos, apenas oito bebês necessitaram voltar à unidade de saúde para nova internação.
“As ligações evitam os grandes deslocamentos dos bebês, já que muitos pacientes são do interior, e também a ocupação das unidades de saúde, com riscos para as crianças”, explica a neonatologista Mariana Matias de Lima Holdefer.
Uma das crianças atendidas é Benício, que nasceu com seis meses de gestação e pesando 1,25 quilo. Pela prematuridade, sofreu complicações respiratórias e hemorragia cerebral. Quando recebeu alta, após 84 dias internado, já pesava 2,6 kg. Em casa, a mãe Juliana Gonçalves teve apoio dos profissionais do telemonitoramento.
“Foi um anjo. O médico me ligava três vezes ao dia e me passava todas as orientações”, lembra ela.
Os familiares de todos os pacientes menores de 37 semanas ao nascimento são convidados a participar da iniciativa, que não possui limite de vagas. Basta fazer o preenchimento de um formulário.
“Esse formulário visa ao levantamento de informações para detecção de vazios assistenciais, possibilitando a implantação da linha de cuidado ao egresso de UTI e a reorganização da rede assistencial”, complementa Mariana.
O Governo de Goiás prevê ampliar a ação para outras unidades estaduais, a exemplo do Hospital Estadual Centro-Norte (HCN), em Uruaçu, que fará o monitoramento de crianças com esse perfil a partir deste ano.
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